Devido ao sucesso da pré-estréia, o experimento teatral sobre a obra de Jorge Andrade – “Para Dentro do Labirinto” - terá novas apresentações nos dias 29, 30 e 31 de janeiro, na Sala Álvaro Moreyra (Av. Érico Veríssimo, 307), às 21h, com entrada franca.
A montagem é resultado do segundo módulo do Grupo Experimental de Teatro - o Módulo Montagem de Textos - iniciado em 05 de outubro de 2009. O trabalho reúne fragmentos das peças As confrarias, Pedreira das Almas e Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, entrelaçados com trechos da autobiografia, Labirinto, único romance do dramaturgo.
Segundo Mauricio Guzinski, coordenador do Grupo Experimental de Teatro, "a montagem enfoca os aspectos humanos, em especial a presença forte das mulheres, personagens quase míticas no teatro de Jorge Andrade e a poesia da palavra-escrita para-ser-dita que caracteriza a obra do autor".
Sobre as obras de Jorge Andrade
Grande parte da obra de Jorge de Andrade (1922 - 1984) tem origem nas memórias de infância e juventude, no meio rural paulista e está marcada por suas observações precoces acerca dos reflexos da crise de 30 e por seu desejo de traçar um painel sobre as grandes mudanças ocorridas na história brasileira.
De certa forma, respondendo à provocação feita, na década de 50, em Nova Iorque, por Arthur Miller: "Volte para seu país e procure descobrir porque os homens são o que são e não o que gostariam de ser, e escreva sobre a diferença". A resposta para esta "horrível equação" surge, muitas vezes, não só nas entrevistas de Andrade, mas também na boca de inúmeras de suas personagens: "A diferença formava uma muralha que emparedava, na mesma injustiça, fazendeiros e colonos."
Grupo Experimental de Teatro
O Grupo Experimental de Teatro foi implantado pela SMC/POA, em 2008, abrindo um novo espaço de pesquisa e aperfeiçoamento para atores locais. Os atores - que são selecionados, periodicamente, para participar da pesquisa - já tiveram a oportunidade de receber orientação de Laura Backes, Matteo Belli, Nair D"Agostini e de Mauricio Guzinski. Neste segundo módulo, além da pesquisa de textos dramáticos, literários, jornalísticos e acadêmicos; da pesquisa de ações físicas e vocais para composição das figuras e personagens; do levantamento iconográfico (que reuniu obras de Portinari, Sebastião Salgado, Picasso, Goya, Michelangelo, Pietás européias e brasileiras), a montagem traz músicas pesquisadas no folclore brasileiro, cantadas ao vivo pelos atores do Grupo e pelos músicos convidados.
A última revista APLAUSO, além de colocar na pauta as "mudanças no financiamento da cultura", o trabalho do Conjunto de Câmara de Porto Alegre e questionamentos ao cineasta Bruno Barreto, traz uma excelente matéria, assinada por Helio Barcellos Jr. e ilustrada com fotos de Mateus Bruxel, sobre o processo de criação de "Para Dentro do Labirinto". Clique aqui para apreciar a reportagem, na íntegra.
A montagem é resultado do segundo módulo do Grupo Experimental de Teatro - o Módulo Montagem de Textos - iniciado em 05 de outubro de 2009. O trabalho reúne fragmentos das peças As confrarias, Pedreira das Almas e Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, entrelaçados com trechos da autobiografia, Labirinto, único romance do dramaturgo.
Segundo Mauricio Guzinski, coordenador do Grupo Experimental de Teatro, "a montagem enfoca os aspectos humanos, em especial a presença forte das mulheres, personagens quase míticas no teatro de Jorge Andrade e a poesia da palavra-escrita para-ser-dita que caracteriza a obra do autor".
Sobre as obras de Jorge Andrade
As confrarias, escrita em 1969 (nunca encenada), tem como pano de fundo a Inconfidência Mineira, em Vila Rica, MG.
Pedreira das Almas (cidade fictícia, baseada em São Tomé das Letras, MG), escrita em 1952, se passa em 1842, durante a Revolta dos Liberais (estreou no TBC e tem sido alvo de montagens recentes);
Vereda da Salvação, baseada em fatos reais e trágicos, ocorridos entre agregados e representantes de fazendeiros, em Catulé, Malacacheta, MG, em 1955 (foi concluída em 1964 e encenada diversas vezes, duas por Antunes Filho, TBC/1964 e CPT/1993, além de transformada em filme, por Anselmo Duarte com roteiro e diálogos do próprio autor, em 1967).
Labirinto, (1ª edição, 1978) mostra os fios da criação de Jorge Andrade embaralhando personagens reais a fictícias, personagens históricos com atores de encenações de suas peças, escritores e artistas (entrevistados por Jorge para a Revista Realidade).
Grande parte da obra de Jorge de Andrade (1922 - 1984) tem origem nas memórias de infância e juventude, no meio rural paulista e está marcada por suas observações precoces acerca dos reflexos da crise de 30 e por seu desejo de traçar um painel sobre as grandes mudanças ocorridas na história brasileira.De certa forma, respondendo à provocação feita, na década de 50, em Nova Iorque, por Arthur Miller: "Volte para seu país e procure descobrir porque os homens são o que são e não o que gostariam de ser, e escreva sobre a diferença". A resposta para esta "horrível equação" surge, muitas vezes, não só nas entrevistas de Andrade, mas também na boca de inúmeras de suas personagens: "A diferença formava uma muralha que emparedava, na mesma injustiça, fazendeiros e colonos."
Grupo Experimental de Teatro
O Grupo Experimental de Teatro foi implantado pela SMC/POA, em 2008, abrindo um novo espaço de pesquisa e aperfeiçoamento para atores locais. Os atores - que são selecionados, periodicamente, para participar da pesquisa - já tiveram a oportunidade de receber orientação de Laura Backes, Matteo Belli, Nair D"Agostini e de Mauricio Guzinski. Neste segundo módulo, além da pesquisa de textos dramáticos, literários, jornalísticos e acadêmicos; da pesquisa de ações físicas e vocais para composição das figuras e personagens; do levantamento iconográfico (que reuniu obras de Portinari, Sebastião Salgado, Picasso, Goya, Michelangelo, Pietás européias e brasileiras), a montagem traz músicas pesquisadas no folclore brasileiro, cantadas ao vivo pelos atores do Grupo e pelos músicos convidados.
A última revista APLAUSO, além de colocar na pauta as "mudanças no financiamento da cultura", o trabalho do Conjunto de Câmara de Porto Alegre e questionamentos ao cineasta Bruno Barreto, traz uma excelente matéria, assinada por Helio Barcellos Jr. e ilustrada com fotos de Mateus Bruxel, sobre o processo de criação de "Para Dentro do Labirinto". Clique aqui para apreciar a reportagem, na íntegra.
O espetáculo teatral "Para Dentro do Labirinto" é uma pintura em movimento. A luz, o cenário, as tochas e o cheiro exalado nos conduz para dentro de uma mina de carvão ou para uma pedreira ao céu aberto. Onde trabalhadores errantes são santos e poetas."
ResponderExcluirLaufe Bitencourt - Músico, sonoplasta, produtor e fanzineiro.
Parabéns ao Grupo Experimental de Teatro da SMC pelas apresentações do experimentro "Para dentro do labirinto".Ao diretor Maurício Guzinski, um iluminado pela escolha do texto de Jorge Andrade, obrigada pelo grande espetáculo e pelo presente que nos deu.Aos atores, atrizes e músicos o reconhecimento pela atuação e performance de primeira grandeza.Me encantei na primeira apresentação, em dezembro, e me apaixonei na segunda temporada.Vocês merecem o sucesso. parabéns e voltem sempre. Josi Negreiros/Jornalista/MTb 6012
ResponderExcluirVida longa ao Grupo Experimental!
ResponderExcluirCordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, Dai-nos mais Jorge Andrade!
ResponderExcluirFui assistir ao espetáculo Para dentro do labirinto. Graças a Deus, fui!
Três textos deste genial dramaturgo: As Confrarias, Vereda da Salvação e Pedreira das Almas numa uníssona divina trindade de lirismo.
A portentosa poesia esvoaçando pelo salão da Álvaro Moreyra cortando o coração da gente como aço de navaia e os óio se enchendo d’água (como na letra de Cuitelinho, canção do folclore matogrossence, entoada pelo grupo de atores e músicos no espetáculo).
O afinado elenco parecia ter asas, parecia levitar no palco, parecia tanta coisa, mas fundamentalmente, tinha a parecença da gente de Jorge Andrade: os Joaquins e as Dolores, os do palco e os da vida, com suas loucuras santas, com suas resignações, desamparos e carências ali no palco, ao alcance de nossa alma. E a todos, o autor redimindo, perdoando, salvando. E o cheiro da terra, do café, do fogo, das matas e os sons do interior brasileiro nos inebriando nos conduzindo para o interior deste labirinto de encantamento sensorial.
Parabéns a todos: diretor, elenco, músicos e técnicos do Grupo Experimental de Teatro da Secretaria Municipal da Cultura.
Jorge Olimpio (poeta e ator)