ENDURECER SEM PERDER A TERNURA OU FORMALIZAR SEM PERDER A DRAMATICIDADE
A Noite Árabe,
na encenação de Alexandre Dill nos permite
a fruição de um espetáculo denso e perturbador, que se estrutura como
um jogo de múltiplas vozes que ora se opõem, ora se complementam
buscando um lugar no tempo/espaço que é - simultaneamente - o
apartamento do 7º andar e a epifania de cada um dos personagens.
Essa sobreposição de objetivos foi traduzida pelo encenador com o uso
da linguagem do vídeo paralela à linguagem do teatro. É reconfortante
ver que a montagem não cai na armadilha de fazer um jogral acompanhado
de partituras corporais, sob a justificativa
de experimento de linguagem, nem descamba para o uso gratuito e
burocrático da tecnologia, apenas para rotular a encenação como
“pós alguma coisa”. A montagem do Grupo Jogo consegue
manter-se no fio da navalha entre ser propositivamente tecnológica, ao
mesmo tempo em que é teatral e apaixonada. Muito disso é mérito dos
atores que se mostram entregues e inteiros no espetáculo.
Numa composição muito difícil de estruturar-se, A Noite Árabe é dispersa e reflexiva, convidando-nos a jogar o jogo
essência X aparência, ser X estar, sentir X ignorar, aceitar X fingir.
Por último, mas não menos importante, destaco a beleza e eficiência da trilha sonora.
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